Pois bem ontem fui á feira de março ou será feira de abril??? nunca percebi... mas em frente...
Estava eu a dizer que fui é Feira e depois de percorrer dezenas de barraquinhas a vender material de altissima qualidade importado directamente da China :) , desloquei-me para perto do palco principal (e único) para ouvir os Toranja.
Realmente o moço tem jeito... tem uma voz parecida com a de Jorge Palma mas sem os fuminhos característicos do Palma. São uma boa banda sem dúvida , ou como a Lili disse são uns grandes malucos, mas têm umas músicas lindas... É sempre bonito ouvir a "Carta" e ver as pessoas todas a cantar; os namorados a trocar longos e intensos beijos como se a noite não fosse acabar e aqueles que não tinham namoradas a "papar" cigarros e a incomodar as pessoas á beira delas... ehehehe
Durante a música a "Carta" o Tiago (vocalista) decidiu improvissar e cantar algo que eu já não ouvia á muito tempo e tenho que dizer que a versão dos Toranja é um pouco mais bonita.
Fica aqui a letra, pois mesmo só lendo podem ver que é o poema bastante engraçado...
Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca)
me deixa no chão, como um cão
nu sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada,
bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente
e de repente, saber que se está só.
É duro, é puro, o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente pintado, queimado, vazio assumido
um corpo triste despido
e uma mão que se estende,
depende de quem vier
e é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto,
tudo é deserto
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma...
É preciso ter calmaNão dar o corpo pela almaVês o passado dorido, ferido,
agora tudo te é querido.
Memória, vitória, não é esta a tua história.
Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA.
Mentira, roubada, pesada,uma seringa trocada, um prazer, que agora é nada.
Perdoa se não sei que fazer,
Mas sei que deve doer,
dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor,
e o beijo urgente, premente,
esperança que não dorme, conforme,
e dita o eu estar aqui.
Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra
que me agarra, me prende, me solta,
e a ti dá-te a volta, ao sorriso,tem calma...
juízo, não tenho medo, não temo
só tremo de pensar...
mas não penso, e tenso te faço viajar com a voz.
Lembro Novembro passado
quando os dias eram curtos
e as noites de fado, rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criámos
aprendemos a viver, de cor,
meu amor,e agora, é hora,
tudo fica por fazer,quero-te dizer mais uma vez
que te amo, talvez, te quero, te espero e desespero por ti,
e que isso só por si
me chega p'ra viver,
mesmo quando só houver...silêncio...imenso,
e dor, e pior meu amor,
a lembrança que descansa
os olhos teus nos meus...
Adeus.
preciso ter calma
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)Fiquem bem e até á próxima visita á feira...