quarta-feira, outubro 26, 2005
Como vai o teu tempo...??
Também tu, deves ter alturas como esta, em que páras para fumares um cigarro. E alturas em que nada tem a mínima importância. Em que há pessoas que estão distantes de nós mas é como se estivessem ao nosso lado. E isto não é nenhuma frase feita ou uma conjugação de palavras só para cair bem. É porque ao fundo do corredor está o estranho poder das coisas, mesmo quando parece que já as esquecemos. Mesmo quando parece que tudo dá cabo delas. E são essas coisas que nos fazem distinguir das que não desgostamos, ou das que simplesmente nos fazem rir e ir vivendo em comunidade.O meu problema com o tempo é que as coisas até me interessam, mas às vezes não se entendem- é como escrever. Escrever isto porque simplesmente me lembrei ou porque achei que era importante para a minha cabeça. Não que haja uma altura certa e permanente em que as coisas devam ser mantidas ou que as tenhamos de reforçar, mas porque nos lembramos delas. Posso bem cair na ausência das que me são queridas que não é por isso que me esqueço que as tive. O tempo não deve ser confundido com a memória.E se às vezes há algumas que nos correm menos bem é porque nos engasgámos ou tropeçámos. Mas que se lixe, as coisas vão e vêm. Uns passeiam-se, outros fazem contas e outros vivem.Há algo de fascinante que me faz continuar a digerir e a construir. Mesmo nos serões iguais, e nos cansaços entre as costas, a fechadura que não abre, o alarido que me incomoda. Mesmo que às vezes bebesse menos um café ou fumasse menos um cigarro, haveria de existir sempre tempo e espaço. A ausência não é nenhuma competição que se possa justificar com o tempo. E ainda bem. Por outro lado é uma história das nossas vidas em que sentimos falta dos objectos. Hoje só me quero deitar e sentir a noite por cima da minha cabeça. Penso nos desfiladeiros e nos programas que a televisão passa a esta hora....
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